domingo, 16 de março de 2014

Meu Anjo



A alguns anos eu me despedi de alguem.
não me lembro seu rosto, seu tato
desconheço sua voz.
Talvez esteja viva em algum memorial
no passado esse fragmento de uma
lembrança a quem dei adeus
E sumiu... Eram varias as formas
e muitos os rostos que foram embora.

Procurei-a de novo e encontrou-me
no corpo de um anjo sem asas.
veio do céu ludibriar minha sanidade
difundir uma luz em minha treva
que se enerva.

E fez-se parte de minha existência
Ungiu-se a minha vida
e desse amor me tornei refém.

Hoje a treva ainda luta
e o rosto de novo quer partir
se despedir da escuridão
que cerca a quem amas.

Mas esse anjo... é uma menina
e não passeia pelos campos floridos
a busca dos mesmos espinhos
que não procura evitar.

A alguns anos deixei de gostar.
Você me fez querer, sonhar
Não vou me esquecer, teu rosto
teu tato, teu riso.
Tua voz sempre vai me ninar.
Tua presença é meu lar
onde feliz não estou;
Feliz eu sou.


Thiago Grijó Silva

terça-feira, 4 de março de 2014

Infinito Vazio

Um olhar sem palavras
Gestos ou versos
desprovido de tato
frio, mórbido, sepultado
sob inúmeras camadas
de solidão, congelado
No ventre de uma voz
emudecida, atemporal.

Subjugada pelo vazio
que a cerca, morre
do mundo e para ele desperta
o desprazer de revelo
conforme os anos passam
E cada vez mais perde sua graça.

E os caminhos se rompendo
Uma agonia sem temor,
alegrias, tristezas, amor, nem dores
Num olhar que encerrou-se da vida
Que não sente, esta de fora.
De partida.


Thiago Grijó Silva