domingo, 12 de agosto de 2012

Cavaleiro de Longa Data


Eram longas caminhadas
Solitária jornada
Que percorri sem direção.

Eram longas noitadas
Solitária jornada
Que percorri em vão.

Dentre inúmeros sonhos
Desequilibradas imagens
Num papel rabiscado
Desenhado em palavras
O retrato do acaso
Rosto desfigurado
De quem me deu sentido.
A tristeza do poeta
É a beleza do vazio.

Nesta triste noitada
Solitária caminhada
Que percorri sem direção.

Nesta velha estrada
Solitária jornada
Que percorri na ilusão.

Dentre tantos pesadelos
De um coração fraquejado
Mixado ao abismo
Voando baixo,
Sem conseguir enxergar
A delicada pele
Que reveste este tecido
Que se rasgado revela-se no estilo
De quem consegue interpretar

Percorri longa jornada
Solitária caminhada
Onde andei sem direção.

Percorri velha jornada
Sempre na mesma estrada
Versando minha solidão...


Thiago Grijó Silva

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Minha Cruz


Talvez aquela alegria me inspirasse
Mas a volta dos momentos tristes
Marca a partida do que foi
Ontem, nossa tarde.

Talvez aquela alegria volte
Mas a volta não calara a tristeza
Que marca no calendário as horas
Em que você não vai estar.

Talvez eu esteja ficando cego
Mas a vista não me ajuda
A enxergar com clareza
A beleza que você pode me ofertar.

É, talvez aquela alegria me inspirasse
Mas a constante partida da felicidade
Marca sempre a volta do que é
Agora, minha cruz.


Thiago Grijó Silva

sábado, 4 de agosto de 2012

Mundo Sem Guia


Ser sempre a sombra na escuridão
Um raio de trevas, na fuga da luz
Sem qualquer expectativa de viver
Alem da culpa, fardo que me pesa
As diretrizes do caminho.

Ser sempre a sombra no escuro
Um homem que nos ombros
Sem qualquer perspectiva de
realizar, traz neles o peso do
sonho derrotado.

Ser eternamente um cancioneiro
Jogado ao sereno, acalentado pela
voz do próprio erro, entoado a infelicidade
Sem qualquer expectativa de 
conhecer um brilho que não seja azulado
pelo véu da noite, ou borrado pela mente.


Thiago Grijó Silva

Essência



Como todos os mundos
Um dia foram refeitos
Todos os meus sonhos,
Em algum momento, foram desfeitos
Dentro da estupidez do meu olhar
Imobilizado em algum instante
Entre o nada e o eterno.
Parado como todos os mundos
Giram ao redor do espaço.
Move-se como param todos os carros
Frente ao sinal fechado.

Como a cada dia o sol morre.
A cada vida
Minha alma se corrói
Por mim.

Como em cada noite
A lua surge
Em cada fase eu mudo
A forma como sou,
O que penso,
Pra onde vou.

Como todas as estrelas brilham
Sem pretensão de ninguém as notar.
Eu sozinho ofusco todo o meu brilho
Com pretensão de alguém me notar.

Como em cada palavra
Eu encontro um amigo
Em cada esquina
Eu vejo um inimigo
Querendo me matar.

Como em cada lagrima esta expressa
A minha leve tristeza
Em cada passada de meu corpo, já cansado,
Por esta terra maldita
Eu deixo minha dor voar
Pelas nuvens feitas de cera
Derretendo sob o sol quente
Como os amores que desfrutei tão poucamente
Durante o caminho que segui.

Como em cada sonho
Não encontro a paz
Em cada pesadelo
Busco a sanidade
De toda a incoerência
De toda a tristeza
Que eu mesmo me causei.

Como em cada noite fria
Eu me cubro.
A cada dia de sol
Eu uso uma mascara.

Como uma sombra que sempre segue
O caminho da escuridão
Pois a luz e sua eterna perdição.
Eu vivo perseguindo meu passado
O velho que anda sempre ao meu lado
Vive me falando de perdão.

E assim como cada historia tem que ter um fim
Um dia o final deste livro será escrito para mim
Não sei como nem por que
Mas quando esse dia chegar
Estarei vivo!
Pois como de tempos em tempos
Uma volta a terra dá.
De vidas em vidas, um dia
Eu vou ter que ganhar...


Thiago Grijó Silva