quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

As Ruas da Cidade






















Um homem andava pelas ruas da cidade
A sombra de uma porta estava à agonia
De um homem que andava sozinho
Pelos becos escuros de um subúrbio frio.
A noite olhando pro teto sorria
Perguntava-se onde esta o brilho da vida.
Na noite andando pela rua numa decida
Depois uma subida
Olhava para as luzes
Como quem chama
Os sentimentos das ruas
Por onde passava as noites
Chorando ou mendigando um pouco de amor
Questionando sempre
Onde foi que ele errou.

Até que numa rua da cidade
Encontrou-se com a metade de um inteiro
Que ele tinha visto partir
E se deixando levar pela saudade
Descobriu-se na eternidade de sonhos
Que não podem morrer
E na maravilha de lembranças apaixonadas
Tornou-se uma figura fascinada
Pela arte e pelo amor

Que descobriu nas ruas da cidade
Por onde andava um homem de meia idade
Se sentindo retrógrado
A sombra da juventude
A frente do espelho
Do mal que se tornou
Do horror que se instalou
No olhar de piedade
De um homem que andava pelas ruas da cidade
A sombra de alguém que ele amou.

Carregando o mundo pelas ruas da cidade
O homem, cansado e fraco
Queixou-se de dor.
Deitou-se nas ruas da cidade
Fechou seus olhos
E nunca mais acordou...


Thiago Grijó Silva

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